.: SOBRE NOSSAS GUERRAS INTERNAS

domingo, 2 de janeiro de 2011

SOBRE NOSSAS GUERRAS INTERNAS

o grande albatroz atroz

voa sobre nossas cabeças

para nos lembrar de nossas alcovas

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NINGUÉM COMPREENDE NINGUÉM

Ter a consciência da incapacidade das pessoas de compreender umas as outras é como espatifar o espelho que reflete nosso equivocado sentimento de superioridade.São pequenos detalhes ilógicos e mentirosos que vejo impregnados nas palavras encardidas de ignorância que ecoam e promovem a desumanidade nos "points" da nossa vida. Há tanta beleza para se ver na aparente feiúra; há tanta mansidão na aparente brutalidade; há tanta tristeza na aparente alegria; tanta solidão na aparente felicidade; tanta sabedoria na aparente ignorância; tanto de nós por debaixo de uma pele, enfim, há tantas coisas por trás das coisas que é preciso saber ver com o coração e amar a singularidade humana. Lembrar que se encontra lá no fundo um coração no superficial que os olhos míopes quase cegos enxergam. Existem longas estradas percorridas que ficaram para trás e que nos transformaram e nos transformarão durante as fases da vida, diferente de um robô que é programada, inicializado e reinicializado. Como podemos então julgar e condenar o outro pelo que vemos sem compreende-lo verdadeiramente? Se somos incapazes de penetrar a complexidade humana? Mas tudo toma outra posição quando temos a consciência plena dessa verdade e descobrimos a capacidade de se permitir viver o sentimento do outro, sem atitudes imponderadas e preconceituosas que só servem para segregar e nos dar a ilusão de superioridade quando é justamente o contrário, é a real inferioridade.

Cultivem a humanidade no coração.

por Diego Rossi

ABAIXO OS FILMES QUE O AURA POÉTICA INDICA REFERENTES AO TEXTO

OS ZEBRAS E OS POUCA-SOMBRAS

Somos todos diferentes uns dos outros, e uma das graças da vida consiste em incorporar essas diferenças em um grande quebra-cabeça que nos leve a compreender o outro, fazendo parte dele, na medida em que o tornamos parte de nós.

Crescemos ao compreender as diferenças, ao perceber que ser diferente apenas reforça nossa identidade humana. As coisas se complicam quando alguns consideram tais diferenças o ponto de partida para qualquer tipo de sentimento de superioridade, dando inicio a reações tão ruins e desagradavelmente comuns de preconceito e de intolerância - além de fomentar seus produtos finais, o ódio e a violência.

Nos dias de hoje, é comum as pessoas valorizarem o que veem e têm, e não aquilo que são. Refletir sobre essa superficialidade levou-me a escrever um pequeno texto sobre aqueles que se deixam levar pelas aparências. Esse é o mote de Os Zebras e os Pouca-Sombras. Escrevi pensando nas crianças, a começar por meu filho e meus sobrinhos, pois existem sentimentos que não nascem com a gente, mas, antes, nos são ensinados, e um deles é o preconceito.

DETESTO QUALQUER PRECONCEITO - tenha ele a forma que tiver e venha de onde vier, e por qual motivo for -, pois, como outras expressões de ignorância, representa a negação do bom senso, um DESSERVIÇO À INTELIGÊNCIA, E ATÉ À LÓGICA MAIS TRIVIAL.

Há dois antídotos muito eficazes contra o preconceito: o conhecimento e a leitura. Por isso sou leitor desde que me entendo por gente, e escritor há mais de vinte anos.

A palavra nos aproxima e nos leva ao entendimento ou à busca pela compreensão. É tal crença que me faz continuar escrevendo, mesmo depois de mais de cem livros publicados e alguns importantes prêmios literários conquistados pelo mundo afora.

Júlio Emílio Braz

TEXTOS

domingo, 2 de janeiro de 2011